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O carboidrato assim como a proteína oferece por cada grama 4Kcal, mas qual será utilizado como fonte energética a priori? Isso mesmo, o carboidrato é a primeira fonte de energia, e seu estoque é o glicogênio. Certamente já ouviu falar do glicogênio através de músicas ou buscas relacionadas à hipertrofia muscular. Agora vamos entender a importância do carboidrato nas reservas de glicogênio, e como é primordial ter uma boa reserva de glicogênio por estar diretamente relacionado com a melhora de desempenho de muitos estudos esportivos.

Workout-protein-shake

Segundo Biesek et al (2005) indivíduos que se exercitam com regularidade deveriam consumir durante o dia uma dieta com 55 a 60% de calorias provindas de carboidratos. As maiores fontes nutritivas de carboidratos consistem na sua maioria em frutas, vegetais e grãos, porém esses alimentos nem sempre são consumidos pelas quantidades suficientes por maioria das pessoas (McArdle et al, 2001), ai que entra a intervenção por bebidas e soluções a base de carboidratos indicados por nutricionistas.

Com um alto consumo de carboidrato começa a se armazenar novas moléculas de glicose, o glicogênio. O glicogênio é um polissacarídeo que é encontrado no músculo esquelético e fígado de mamíferos, com a morfologia irregular e ramificada, sintetizada a partir de moléculas de glicose na glicogênese, podendo variar de poucas centenas a milhares de moléculas de glicose ligadas entre si como uma “cadeia de linguiça”, mantendo certos pontos de ramificação para se ligar com novas moléculas adicionais de glicose (McArdle et al, 2001).

O glicogênio muscular pode ser utilizado diretamente pelo músculo esquelético no exercício, porém não na forma de glicose, uma vez que o glicogênio do músculo esquelético ao contrário do fígado não possui a enzima responsável pela hidrólise da glicose-6-fosfato à glicose que é a utilizada como energia quando exigida no exercício, a enzima presente no fígado é a glicose-6-fosfatase (Pereira & Souza Jr., 2007).

Contudo, mesmo com o glicogênio hepático renovando novas moléculas de glicose pela enzima G6P, os estoques corporais (glicogênio muscular) ainda são as maiores fontes de combustível no trabalho muscular, considerando que estes são responsáveis por 50% do consumo energético nos exercícios submáximos (<70%VO2máx) (Biesek et al, 2005). O músculo por não possuir esta enzima que é produto da glicogenólise, permanece somente para fins de armazenamento ou geração de energia (Tirapegui, 2005).

Estudos já afirmam que o conteúdo de glicogênio muscular é importante no fornecimento de energia de exercícios intermitentes, isso se comprova à medida que o glicogênio encontrado no músculo esquelético vai sendo depletando gradualmente quando se realizam mais repetições do exercício e, notam-se os sinais de fadiga (Bacurau, 2005).

A técnica de supercompensação de carboidrato é dividida em duas etapas:

A primeira envolve o período de uma semana antecedente a competição ou teste, com uma dieta moderada de carboidratos e um volume de treinamento baixo (de forma gradativa).
Nos três últimos dias que antecedem o evento ou competição recomenda-se uma dieta rica em carboidratos (consumo em volta de 500 a 600g/dia) e treinamento reduzido.

Vale ressaltar que a supercompensação de carboidrato pode trazer desconfortos para alguns indivíduos. Nos primeiros 3 dias que antecedem a supercompensação pode ocorrer devido ao baixo consumo carboidrato hipoglicemia, cetose, náusea, fadiga, tontura e irritabilidade (Tirapegui, 2005) e nos dias seguintes decorrente do aumento dos estoques de glicogênio um maior armazenamento de água que ocorre devido a cada 1 grama de carboidrato carregar consigo 3 gramas de água, e portanto não devendo ser realizada mais que 2 vezes ao mês, pois a sensação de excesso de peso, fadiga precoce e câimbras podem ser notadas (Biesek et al., 2005; Ferreira et al., 2001). Procure um nutricionista qualificado para analisar se é preciso ou não utilizar a técnica de supercompensação de carboidrato, pois somente o mesmo tem experiência e pode prescrever dieta.

Visto isso reduzir ou cortar o carboidrato da alimentação não seria uma boa escolha, pois em relação ao catabolismo dos outros macronutrientes como gorduras e proteínas, os carboidratos continuam sendo o principal combustível entre o exercício aeróbico de alta intensidade, suprindo rapidamente o ATP nos processos oxidativos. O consumo é fundamental para melhor desempenho atlético, decorrente da manutenção e manutenção das reservas de glicogênio, fornecendo energia para realização de um treino e até competições.

por  Luiz Eduardo Marinho Falcão
via Musculação Total