Cientistas descobriram que comer uma dieta mais saudável é a melhor opção para você e para o meio ambiente.
A produção de alimentos tem um enorme impacto no planeta, com até um terço das emissões de gases de efeito estufa provenientes da agricultura.
As recomendações dietéticas feitas pelos governos tendem a ser baseadas em informações nutricionais e não diminuem o impacto ambiental, mas um novo estudo sugere que os dois caminham na mesma mão.
O estudo inclui dados de 37 países – representando quase dois terços da população global. Os resultados positivos foram encontrados na maioria dos países do estudo, mas foram particularmente pronunciados em nações de alta renda, como os EUA e o Japão.
Em países como estes, seguir uma dieta saudável recomendada nacionalmente resulta em uma redução das emissões de gases de efeito estufa em até 25% em comparação com as dietas normalmente consumidas nessas nações, de acordo com os resultados que foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Também foram observadas reduções significativas no uso da terra e poluição da água.
“Nas nações de maior renda, verifica-se que o que é bom para a nossa saúde também é bom para o meio ambiente”, disse o autor principal, Dr. Paul Behrens, cientista ambiental da Universidade de Leiden. “É um ganho em dobro”.
Por outro lado, se os países mais pobres incorporassem mais produtos animais em suas dietas – conforme recomendado pelas suas diretrizes de dieta – isso resultaria em um aumento do impacto ambiental.
No entanto, se as dietas recomendadas fossem uniformemente aplicadas em todos os países, haveria uma redução geral dos danos ambientais.
As dietas recomendadas nacionalmente variam dependendo da configuração, então, enquanto a dieta indiana recomendada se concentra no aumento do consumo de calorias, a dieta dos EUA recomenda o contrário.
Para os países mais ricos, as recomendações tendem a incluir uma redução nos açúcares, óleos, carne e produtos lácteos. Tais reduções no consumo de produtos animais são fundamentais para diminuir o impacto ambiental das dietas em países de alta renda, segundo o estudo. O outro fator importante é simplesmente consumir menos calorias.
Para realizar suas análises, o Dr. Behrens e seus colegas reuniram informações sobre as dietas médias das pessoas que vivem em todos os países sob pesquisa. Em seguida, eles compararam estes dados em relação às recomendações dietéticas específicas emitidas por esses países.
Usando o Exiobase, um banco de dados que representa toda a economia mundial, os cientistas podem rastrear o impacto ambiental dos alimentos em diferentes partes do mundo.
Esta ferramenta permitiu que eles obtivessem informações específicas da região, tais como transporte e métodos de cultivo, em toda a jornada da fazenda até o prato do consumidor.
Um punhado de países já fez alusão ao potencial vínculo entre alimentos saudáveis e benefícios ambientais nas dietas recomendadas nacionalmente, incluindo o Reino Unido e a China. No entanto, qualquer menção tende a ser fugaz na melhor das hipóteses.
“É uma daquelas coisas em que os documentos voltados para o público estão um pouco na contramão de aonde os pensadores políticos estão indo”, disse o Dr. Behrens, explicando que os formuladores de políticas estão começando a considerar o impacto ambiental dos alimentos ao fazer recomendações.
Ele acrescentou que uma maiir atenção deve ser focada no impacto ambiental dos alimentos.
“Para uma dieta recomendada, a nutrição vem em primeiro lugar, mas você também poderia fazer esses outros argumentos ambientais, o que ajudaria as pessoas a considerar suas escolhas”, disse ele.