F2 Fitness

hipertensão-arterial-cardiologista

Hipertensão Arterial

1 – Quando é que a pressão está passando do normal?

Podemos considerar a Pressão arterial normal quando as medidas de consultório são ≤ 120/80 mmHg. Logo, pensamos então: Nossa, se tenho uma pressão de 120/80 já tenho pressão alta? Esta é uma dúvida muito comum em meu consultório! Mas a resposta não é tão simples.

Para fins de diagnóstico a HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Mas populações específicas como nos diabéticos a medida tem que ser < 130/80.

Na posição intermediária disso tudo temos uma condição denominada pré hipertensão. Esta caracteriza-se pela presença de PAS entre 121 e 139 e/ou PAD entre 81 e 89 mmHg. Os pré-hipertensos têm maior probabilidade de se tornarem hipertensos e maiores riscos de desenvolvimento de complicações cardiovasculares quando comparados a indivíduos com PA normal, ≤ 120/80 mmHg, necessitando de acompanhamento periódico.

2 – O que caracteriza a hipertensão arterial?

É uma doença crônica determinada por elevados níveis de pressóricos nos vasos. Assim  o coração exerce um maior esforço do que o necessário para fazer circular o sangue através dos vasos sanguíneos. A pressão sanguínea envolve duas medidas, sistólica e diastólica, referentes ao período em que o músculo cardíaco está contraído (sistólica) ou relaxado (diastólica).  O coração e os vasos podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Caso fecharmos a ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. Exatamente isso que acontece quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são apertados a pressão sobe.

Os principais órgãos alvo desta patologia são os vasos, coração, rins e cérebro. Os vasos vão se tornando endurecidos e estreitados podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper.

3 – Se não tratar, o que a hipertensão provoca?

Sempre explico para meus pacientes que o melhor tratamento da pressão alta é a prevenção!

Por se tratar de uma doença crônica a pressão alta pode ter diferentes repercussões nos seus diferentes estágios o que vai traduzir resultados distintos em sua evolução.

Sendo assim, mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico (derrame), infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença renal crônica.

4 – Qual pressão arterial é ideal?

A Pressão Arterial deve ser medida em toda avaliação por médicos de qualquer especialidade e demais profissionais da saúde devidamente capacitados. Recomenda-se, pelo menos, a medição da PA a cada dois anos para os adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg. Isso é o recomendado pela VII Diretriz de Hipertensão Arterial, publicada em setembro de 2016, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

5 – Hipertensão arterial tem cura?

A pressão alta não tem cura mas tem tratamento. E seu controle pode ser determinante na qualidade de sua saúde.

O médico realiza em sua consulta o que chamamos de: “estratificação de risco”.  Nessa avaliação o profissional, utiliza algumas escalas que determina como deverá ser o tratamento para cada paciente que esta cada vez mais individualizado. Um exemplo é o risco cardiovascular global que auxilia na decisão terapêutica e permite uma análise prognóstica.

6 – O que ajuda a manter a pressão nos eixos?

As medidas são multifatoriais! Para tanto o que exerce uma diferença estatística documentada em vários estudos são:

  1. Atividade física refere-se a qualquer movimento corporal que aumente o gasto energético, realizada de forma estruturada, organizada e com objetivo específico.
  2. Gerenciamento de estresse
  3. Controle de peso
  4. Adoção de um plano alimentar saudável e sustentável.
  • A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) continua sendo muito prescrita entre os cardiologistas. Ela enfatiza o consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar. Ela é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada.
  • A dieta do Mediterrâneo também tem efeito hipotensor apesar do menor grau de evidência.
  • Redução do consumo de sódio
  • Os ácidos graxos ômega-3 (eicosapentaenoico – EPA e docosaexaenoico – DHA) estão associados com redução muito leve da pressão.
  • As fibras solúveis são representadas pelo farelo de aveia, pectina (frutas) e pelas gomas, e as insolúveis pela celulose (trigo), hemicelulose (grãos) e lignina (hortaliças). A ingestão de fibras promove discreta diminuição da PA, destacando-se o beta glucano proveniente da aveia e da cevada.
  • O consumo de oleaginosas auxilia no controle de vários fatores de risco cardiovasculares, mas poucos estudos relacionam esse consumo com a diminuição da pressão arterial.
  • Existem evidências que a ingestão de derivados do leite, em especial os com baixo teor de gordura, reduz a pressão.
  • Alguns estudos a deficiência de vitamina D se associou com maior incidência de hipertensão artéria, porém com sua suplementação não se observou redução nos controles pressóricos
  • O alho possui inúmeros componentes bioativos, como a alicina  e a s-alil-cisteína  que causam discreta diminuição da pressão arterial
  • Café e chá verde O café, apesar de rico em cafeína, substância com efeito pressor agudo, possui polifenóis que podem favorecer a redução da pressão arterial em baixas doses.
  • Chocolate amargo O chocolate com pelo menos 70% de cacau pode promover discreta redução da PA, devido às altas concentrações de polifenóis.

7 – Como saber se uma pessoa tem tendência a hipertensão arterial?

A hereditariedade tem um papel preponderante na chance de desenvolver a doença. Mas outros fatores aumentam as chances de uma pessoa a ter pressão alta:

  • Idade
  • Etnia
  • Maus hábitos alimentares – excesso de sal e gordura na comida
  • Estresse
  • Excesso de bebidas alcoólicas
  • Tabagismo
  • Obesidade
  • Sedentarismo
  • Estresse

8 – Quais sintomas apontam para a existência desse problema?

A doença hipertensiva nem sempre causa sintomas. Trata-se de uma doença silenciosa.  Segundo a American Heart Association é a doença crónica que ocasiona o maior número de consultas nos sistemas de saúde, com um importantíssimo impacto económico e social.

Os sintomas geralmente são inespecíficos como tonturas, visão turva, zumbidos ou dores de cabeça.

9 – Qual o principal vilão no cuidado da saúde de uma pessoa hipertensa?

Pense na vida em equilíbrio! Excesso de sal, açúcares e gorduras são hábitos que dificultam manter a pressão sob controle! Mas devemos pensar no conjunto: atividade física, diminuição do estresse, consumo de álcool sem exageros! Ou seja…cuidar de uma maneira integral para enfim ser feliz e saudável!

Por Dra. Gisele de Brito Azzi
via Clínica Azzi