Estudos já descreveram os benefícios da atividade física para a promoção da saúde de pessoas com doenças crônicas degenerativas, tais como hipertensão arterial, obesidade e diabetes.
Nesse último caso, a diabetes é uma disfunção que eleva o nível de açúcar (glicose) no sangue, causada pela diminuição total ou parcial da quantidade ou da ação do hormônio insulina, produzida pelo pâncreas. A insulina é responsável por atuar sobre o açúcar, retirando-o do sangue para ser usado pelas células como energia.
Para pacientes diabéticos, médicos aconselham a prática da corrida como forma de queimar calorias, reduzir o nível de glicose no sangue e, principalmente, para diminuir a resistência à insulina. Saiba quais são as recomendações para pessoas diabéticas ingressarem na corrida.
Recomendações
É essencial que o diabético passe por uma série de consultas médicas e seguir todas as orientações necessárias antes de começar a correr. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, as principais são:
– Realização de um teste de esforço, para saber o quanto você poderá investir na atividade;
– Caso utilize insulina, é recomendável correr sempre no mesmo horário, preferencialmente pelas manhãs, para evitar hipoglicemias noturnas;
– Sempre que sair para treinar, leve um cartão de identificação de diabético, contendo número de telefone e pessoa a ser contatada em caso de alguma emergência;
– Leve sempre com você algum carboidrato de rápida absorção;
– Controle a glicemia capilar pré e pós-exercícios ao iniciar um programa de exercício e sempre que houver mudança na intensidade, volume ou modalidade de um exercício físico. Por exemplo, se glicemia capilar for menor que 100 mg/dL, ingira 15 g a 30 g de carboidrato antes do exercício. Evite se exercitar se glicemia capilar maior que 250 mg/dL;
– Não injete insulina próxima às áreas de grandes grupamentos musculares, como as pernas;
– Avalie com seu médico a necessidade de redução dos medicamentos uso (em especial de insulina ou antidiabéticos orais) ao iniciar um programa de corrida;
– Verifique habitualmente os pés, procurando identificar pequenas bolhas e/ou feridas, que deverão ser rapidamente tratadas.
Benefícios
Muito se fala dos benefícios da corrida na vida das pessoas. Porém, os mesmos são observados em corredores diabéticos, já que o exercício ajuda no controle da glicose, uma vez que promove diminuição da resistência à insulina, aumento da captação de glicose pelos músculos, melhora do perfil lipídico (diminuição do LDL e do triglicérides, aumento do HDL) e redução da pressão arterial.
Frequência
A recomendação de atividade aeróbica diária é de (no máximo) 150 minutos por semana, com intensidade moderada, para não causar riscos à saúde.
Alimentação
Alguns cuidados em relação à alimentação também devem ser tomados, para que você aproveite todos os efeitos positivos da corrida. Por isso, consuma carboidratos complexos, ricos em fibras como pães integrais e barras de cereais integrais, que irão permitir que a glicemia mantenha-se estável por mais tempo na circulação.
Durante o exercício mais prolongado é indicado, em especial para pacientes usuários de insulina, o consumo de 15 a 30g de carboidrato simples a cada 30 minutos. É importante também estar atento a hidratação e o consumo regular de água: cerca de 200mL a cada 30 minutos de corrida.
Após o treino, o consumo de carboidratos é muito importante para evitar a hipoglicemia e para repor os estoques de glicogênio que foram utilizados durante a atividade. Além desse nutriente, refeições são essenciais, uma vez que repõem a massa muscular degradada durante o treino, principalmente se este for uma associação entre exercício aeróbico e de força.
Contraindicação?
O exercício pode ser contraindicado pra pacientes com diabetes mal controlado (glicemia menor que 100 ou maior que 250mg/dL), sendo a hipoglicemia o maior risco da prática de atividade física. A hipoglicemia é mais frequente em diabéticos em uso de insulina e naqueles que usam antidiabéticos orais que estimulam a produção de insulina.
O monitoramento glicêmico deve, portanto, ser conduzido antes, durante (quando a duração do exercício de 45 minutos) e depois do exercício, principalmente nos dependentes de insulina. Esse controle glicêmico deve ser realizado na fase de adaptação ao exercício, quando houver aumento na intensidade, duração ou frequência, ou quando houver modificação no esquema terapêutico e/ou alimentar.
(Fonte: Yolanda Schrank, endocrinologista do Laboratório Delboni Auriemo, em São Paulo)
via Ativo.com