Veja quando a prática é encorajada e os cuidados ao realizar as atividades
Ao contrário do que muitos podem pensar, a atividade física é recomendada para as pacientes em tratamento de câncer de mama. Neste sentido poderíamos listar pelo menos seis situações:
1) Após tratamento cirúrgico: as pacientes poderão voltar a atividade tão logo seu cirurgião oncologista/mastologista a libere. Normalmente começa-se com as atividades envolvendo os membros inferiores, como caminhada e bicicleta, e tão logo a cicatrização da mama e da axila estejam adequadas a paciente será liberada para atividades com os membros superiores
2) Durante a quimioterapia: nesta fase a prática de exercício é bem vida, e se relaciona com maior bem estar físico e psicológico minimizando os efeitos colaterais da quimioterapia como a fadiga, náusea, vômitos e transtornos psicológicos advindos do tratamento.
3) Durante a radioterapia: nesta fase do tratamento a atividade física é adequada com alguns cuidados, por exemplo, não se deve praticar atividade física aquáticas como natação e é preciso evitar a exposição ao sol. É comum ter um pouco mais de dor na região da mama e da axila nesta fase.
4) Durante a hormonioterapia: tanto para as pacientes que fazem uso de tamoxifeno quanto de inibidores de aromatase a prática de atividade física é muito bem vinda. Os exercícios reduzem os risco trombose nas pernas (efeito colateral que pode ocorrer com o uso do tamoxifeno), bem como reduz a dor articular (efeito colateral relativamente frequente em quem esta usando os inibidores da aromatase). Nesta fase praticamente não se tem restrição do tipo de atividade física e nem de sua intensidade. Esta já seria uma fase de manutenção e o paciente – com liberação médica – pode praticar os tipos de atividade que mais lhe agrade e na frequência e intensidade que suportar, principalmente para aqueles pacientes que realizaram apenas biópsia de linfonodo sentinela e que não apresentam linfedema. Estes pacientes devem ter o volume do braço monitorizado de perto e, no menor sinal de inchaço do braço precisam retornar ao seu médico.
5) Pacientes que desenvolveram linfedema no braço (inchaço do braço): esta é uma complicação relacionada à remoção de gânglios da axila – procedimento que se faz necessária em muitos casos de pacientes com câncer de mama. Estes pacientes em geral já são abordados desde o pré-operatório e orientados de como e o que fazer para evitar/minimizar que isto ocorra. Quando o paciente apresenta inchaço do braço já instalado ou risco de que ele ocorra, deve-se evitar atividades repetitivas e limitar atividade de musculação. É extremamente importante ser avaliada pelo médico cirurgião oncologista/mastologista e na medida da necessidade também por um fisioterapeuta especializado. Muitos pacientes podem necessitar de medidas específicas de fisioterapia para manutenção e reestabelecimento da amplitude de movimento e de medidas para evitar e tratar o linfedema.
6) Pacientes com doença metastática: aqui se exige mais cuidado. Precisa-se entender a extensão da doença e os locais que estão com potencial limitação para que o exercício não atrapalhe os pacientes. Por exemplo, pacientes com metástase ósseas, podem ter dor que pioram com o exercício e a atividade como caminhada, neste cenário, ao invés de ajudar poderia atrapalhar. Para estes pacientes o médico irá encontrar uma outra atividade física substitutiva que ajude.
Melhores exercícios
Os melhores tipos de atividade física para pacientes nesta condição são exercícios físicos aeróbicos envolvendo caminhada, pequenas corridas, bicicleta, dança dentre outras. Outras modalidades também bem interessantes são a prática de yoga e de pilates. Natação e hidroginástica são ótima opções após a fase de recuperação cirúrgica e da radioterapia.
Os exercícios físicos produzem no corpo a liberação de substâncias capazes de reduzir dores crônicas e melhorar a sensação de bem estar. Combatem a fadiga que é um efeito muito comum durante a quimioterapia e que restringe e limita muito o paciente fisicamente e socialmente. Possibilitam também melhora do sono, do humor e do desejo sexual (que fica bem reduzido durante a fase mais ativa do tratamento).
Existe também um beneficio oncológico direto da prática de atividade física. É sabido hoje que o excesso de peso libera no corpo substancias que estimulam o desenvolvimento/retorno do câncer de mama, logo, a prática de atividade física ira contribuir para a redução do peso o que, por sua vez, ira contribuir para a redução do risco de retorno do tumor.
Exercícios para evitar
Devem ser evitados exercícios extenuantes como corridas longas e musculação com excesso de peso. Também não são aconselhados exercícios que ofereçam risco de corte/machucado no braço do lado da cirurgia mamária e axilar como escalada.
Natação e hidroginástica não são recomendados durante a fase de pós-operatório imediato (até que as feridas cicatrizarem) bem como durante a radioterapia – momento em que a pele pode ficar com varias escoriações.
É necessário ter muito cuidado com o braço do lado operado, ao menor sinais que este braço possa esta inchando, esta atividade deve ser interrompida e o paciente imediatamente retornar ao seu medico para nova avaliação.
Cuidados necessários
Antes de mais nada o paciente deve aconselhar-se com seus médicos para pedir liberação da parte deles para a prática de atividade física. O tipo e intensidade do exercício é muito individualizado de acordo ao tratamento que esta sendo realizado e também de acordo a fase da doença que o paciente apresenta. Também deve ser levados em conta outros problemas prévios de saúde, como obesidade, hipertensão, diabetes, dores ósseas ou articulares e capacidade cardiorrespiratória do paciente. Só o médico responsável poderá dizer qual o melhor momento para se iniciar a atividade física e qual o tipo de atividade que poderá ser realizada.
via Minha Vida